Sempre quando passa pela minha cabeça escrever algo que difere de beleza, eu penso mil vezes. Primeiro porque não sei se vocês gostarão de ler; segundo porque fico na dúvida se minhas palavras farão sentido, se conseguirei colocar “no papel”, aquilo que realmente desejo mostrar. Todavia, estou aqui com este questionamento: Não sou boa o bastante?
Sei que ao ler isso logo vem um “Por quê?” na cabeça. E quase todos os dias, desde o meio do ano passado, eu fico cheia destes ‘por quês’ na mente. (Quem me acompanha faz tempo percebeu como estou mais quieta, introspectiva e reflexiva) Obviamente, nestes momentos eu não entendia nada e só queria respostas imediatas; e hoje eu enxergo que tudo se trata de equilíbrio.
Equilibrar… nivelar, colocar em posição estável. Como mamãe e vovó costumam dizer “Nada em excesso é bom!” Mas eu ouvia? HAHAHAH É nunca! Enxergar o copo meio cheio não é fantasiar ou viver em uma realidade paralela, é ser otimista e criar uma atmosfera energética positiva. Encarar com um sorriso no rosto é meio caminho andado para vencer cada problema que aparecerá durante o dia.
Mas que papo motivacional! Não aguento mais ler sobre isso na internet! Tudo é “Faça! Cresça! Aconteça!”. Concordo que este empreendedorismo de palco satura. Nunca está bom o bastante: faça isso, faça aquilo, ganhe seu primeiro milhão, mude de carreira, seja seu chefe, antes dos trinta. E SE EU NÃO QUISER NADA DISSO? E se eu não souber o que quero aos vinte e nove? Eu não sou boa o bastante? Meu trabalho não vale de nada? Eu não posso amar ficar na minha casa lendo um bom livro ao invés de colecionar check ins em restaurantes badalados? POSSO SIM!
Entender o que eu posso, entender que eu não preciso fazer relatório do meu final de semana, entender que tudo não se resume a “O que as pessoas vão achar?” foi o que me deu um click. E tudo o que eu já fiz caramba? E a minha vontade de ser feliz com o que realmente gosto? E cada comentário positivo sobre meu trabalho? É isso que me motiva mesmo com dedos apontados dizendo que não sou boa o bastante.
Gosto é subjetivo. Assim como percepção de sucesso, compreensão de felicidade, metas de vida. Subjetividades (existe esta palavra?) que apenas eu posso colocar peso e assim equilibrar minha jornada.
E então passei a ver que sou boa o bastante, sou boa demais! Para quem me cerca, para quem deseja me ouvir, para pessoas abertas às trocas e para mim. Não estacionei, apenas equilibrei o que descompassava e ampliei a visão. Crescer dói, mas a vista fica tão linda depois….
Beijos
Mah