Lá em 2013 eu fiz um post explicando o que são os parabenos e qual a função deles nos produtos que tanto utilizamos. Lembro muito bem que o assunto estava à todo o vapor por ligarem o uso destes componentes ao câncer de mama além de algumas pessoas serem alérgicas a tal.
O post inteiro você pode ler aqui. Mas simplificando e resumindo: parabenos são substâncias que conservam o produto. Metilparabeno, Etilparabeno, Propilbarabeno… além da fórmula química, a diferença está em qual textura de produto cada um será utilizado para conservar: líquida, aquosa, gel, creme…
Dito isto (espero que tenham lido o post anterior) posso partir para o assunto do post em questão: Os auto-conservantes da Lush. Pelo nome dá para perceber vagamente que autoconservante seria um produto que NÃO possui nenhum conservante sintético em sua composição certo? CERTÍSSIMO! Pois quando eu soube disso, que na Lush 65% dos produtos são autoconservantes eu quase tive um treco! Você me pergunta: “Mas por que Maraisa?” Eu te respondo: Vocês conseguem entender o quão mágico e incrível é isso? Uma empresa conseguir tirar conservantes sintéticos da maioria de seus produtos comercializados é algo que eu admiro pra caramba!
No meu post de quatro anos atrás eu fiz uma comparação comentando como que conservávamos alimentos antigamente: SAL. Pois este é um dos ingredientes que conservam os produtos da marca além de MEL, AZEITE DE OLIVA, GLICERINA, MANTEIGAS NATURAIS, ARGILAS E PÓS.
Os três produtos mais vendidos e os primeiros a serem feitos de maneira autoconservante foram: Dream Cream (hidratante para as mãos e corporal – azeite de oliva), Ocean Salt (esfoliante – sal) e Mask Of Magnaminty (máscara facial – mel). Possuem a versão com conservantes sintéticos também, e o mais difícil para a marca foi manter a qualidade e eficácia dos produtos trocando os conservantes. As duas opções possuem diferenças mínimas como cor, textura e fragrância. Aí varia de cliente para cliente.
O que faz um produto “estragar”?
ÁGUA! Simples e puramente a água. Quanto mais água aquele produto tiver na sua composição, menor é a sua validade. Vide que após abertos, os produtos líquidos possuem uma vida útil menor do que os pastosos que também “vivem menos” do que os produtos em pó. Mas então, como não colocar água em um produto?
Isso é muito, mas MUITO difícil. Então, a solução é mascarar esta água dentro da composição. Não é quanto de água temos no produto, mas sim o quanto de água disponível para entrar em contato com o ar e estragar o produto. Exemplo: Um creme possui 40% de água na composição, mas como tem outros ingredientes misturados, apenas 5% desta água fica “exposta” e passível de contaminação. Como “escondê-la”?
Pois é aí, meus amigos, que entram os conservantes naturais como o MEL. O mel ele praticamente engana as bactérias que quiseram se proliferar na água. Por quê? Explicando de maneira bem simples: Como é pastoso, ele engloba as moléculas de água e faz com que bactérias não cheguem até elas, diminuindo assim a quantidade de água disponível para proliferação.
Já as barras de massagem e alguns cremes mais pesados possuem manteigas de cacau e karité como conservantes por, quando em contato com óleo e água, criarem uma emulsão firme não deixando espaço para os micróbios se proliferarem. Além disso, hidratam de forma absurda a pele.
Máscaras frescas (que são vendidas apenas em lojas), sabonetes em barra vendidos por gramas, shampoos sólidos, bombas e espumas de banho; todos são autoconservantes. Alguns cremes e géis de banho possuem sua versão autoconservante.
Acima temos o sabonete facial Fresh Farmacy que é conservado com argila, os desodorantes em pó e em barra que possuem bicarbonato de sódio na composição.
O que mais me alegra em tudo isso e fez com que eu fizesse um post é você poder escolher exatamente o que está comprando. Saber a composição de produto e tudo o que cada ingrediente faz na fórmula e na sua pele. Quando você para e lê um rótulo da Lush, consegue entender o que está escrito e, caso precise de ajuda, algum vendedor saberá tirar a sua dúvida sobre qualquer componente e sua função naquela fórmula.
É como se fôssemos comprar manteiga versus margarina. Já viram a diferença na composição de cada um destes produtos? Já viram como a margarina possui palavras que não entendemos? Já a manteiga é a melhor opção por conter ingredientes simples e que sabemos de onde vem.
Antes que alguém pergunte: Não, este post não se trata de uma publicidade! Eu sou completamente apaixonada pela marca e por este assunto. Entender o que contém nos produtos e como eles agem na nossa pele, rosto, cabelo me deixa fascinada. Tá, algumas pessoas podem não entender este fascínio todo, mas ver que um conservante sintético, feito em laboratório e usado loucamente pelo seu baixo custo pode ser substituído por produtos naturais, é uma maravilha sem tamanho para quem ama cosméticos!
Espero que este post tenha ajudado e elucidado um pouco quem não entendia sobre os produtos autoconservantes. Se você é química ou químico, entende mais sobre o assunto e quiser ajudar com alguma observação nos comentários, sinta-se à vontade!
E por fim, vou fazer aloka e indicar uma vendedora que AMO na loja do Morumbi Shopping: Marcela. Melhor pessoa, uma paciência absurda, sabe de praticamente tudo e te trata com um carinho que é excepcional. De todas as lojas da marca que já fui em SP, é lá que sou melhor atendida e que realmente me sinto em casa! Já virei amiga e tem dias que passo apenas para dar oi. <3
Mil Beijos
Mah
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